quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Achei isso tão parecido comigo...

"Ao escrever, desmascaro-me.
Explico-me, simplifico-me,
E até complico o que sou, o que penso.
Divido-me e retiro-me da vida.
Não sei escrever o que sinto
Só sei perder a tinta com que me pinto.
Máscara confundida, sem noção.
És escudo de proteção
Ou então, és carta aberta a solidão.
Eu não sei, quem sou.
Não tenho consciência do que escrevo
Sou Trevo da vida.
Sou Cão da morte.
Não sei, não sei.
Ou então sou mesmo confusão."

Paulo Afonso

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